domingo, 20 de janeiro de 2008

Foi tão bonito

Ela é tão sem-pretenção-de-ser-pretenciosa, sabe? Chega com cara de serena e logo dispara suavemente com um sorriso dengoso que está nervosa. A casa está cheia - como não haveria de estar? Somente com flauta, acordeon e percussão de pandeiro e tamborim de dedo a moça-mãe libera sua voz de acalanto. E é só encanto. Todos quietos, calmos, envolvidos e ao mesmo tempo assustados com a potência da calmaria.
Ouço-la para dormir e acordar. Com paz, na boa... Ela canta sobre o que desconheço, mas gosto tanto. É o senhozinho apaixonado, a senhorinha bem quista, a mulher satisfeita de amor, o amor que ameaça não chegar pra quem não deixa. Ela fala bem, fala pouco e diz somente o que precisa. Nada de acessórios, nada além do que não esperávamos.
Estou tranqüila esses dias porque consigo ouvir mais a ela que as inquietações de dentro.
Salve Mônica Salmaso, mas sem devoção demais. Ela não é disso.

Um comentário:

Unknown disse...

Puta merdinha. Você disse tudo. E aquele cabelinho amarrado num rabo bem baixinho? E aquele tamanquinho de quem está ensaiando sem platéia? Que lindo como você falou dela, você acabou ilustrando quase igualzinho o que eu senti.

Seu Luís Paixão também é lindo.